terça-feira, dezembro 6

Porque metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.
Oswaldo Montenegro.

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